Você sabia que o Atari 2600 chegou ao Brasil em meio a um cenário de reserva de mercado, pirataria e improviso? Muito antes dos videogames serem fáceis de encontrar, quem queria jogar em casa precisava recorrer a importações clandestinas, transcodificadores e versões “alternativas” criadas por empresas nacionais que enxergaram uma oportunidade única. Essa fase marcou a infância de muita gente e ajudou a criar a base da cultura gamer no país.
Entre consoles originais caríssimos e clones que lotavam as lojas, o Atari virou símbolo de status e diversão. Modelos como o Dactar, o Supergame da CCE, o Dynavision e tantos outros apareceram com designs diferentes, preços mais acessíveis e soluções criativas pra driblar as restrições do governo. Cada marca apostou em jeitos próprios de conquistar o público, seja com controles mais resistentes, jogos embutidos na memória ou até versões com nomes curiosos que imitavam gigantes da tecnologia.
Por trás de cada detalhe existia uma história de improviso, contrabando e muito marketing. Dos comerciais que faziam qualquer criança sonhar até as locadoras que emprestavam cartuchos por uns trocados, essa época virou uma lenda nostálgica que até hoje desperta paixão em quem viveu o auge do Atari — seja original ou “alternativo”.